Portos, Aeroportos, rodoviárias, viadutos, rodovias, melhoria do serviço de transporte. mobilidade
urbana, monumentais estádios de futebol que caprichosamente ganharam o nome de
"arena". É assim, segundo a concepção do ex-jogador Ronaldo Nazário
(fenômeno) que se faz uma Copa do Mundo de Futebol, mas, mesmo que ninguém mais
tenha declarado a mesma coisa, a postura assumida pelo governo federal também
revelou o mesmo pensamento, a julgar pelo tamanho do investimento feito no evento,
cerca de 26 bilhões, e nem adianta a conversa fiada que ninguém engole mais, de
que o governo não pagou isso sozinho, que teve participação da iniciativa
privada, vira e mexe, coisa e tal.
De fato houve investimento por parte da inciativa privada,
mas muito pequeno em relação ao montante investido. Segundo números do balanço
oficial, foram investidos 25,6 bilhões
de reais entre obras de estádios e infra-estrutura. Deste valor, 83,6% saíram
dos cofres públicos, sendo que apenas 4,2 bilhões de reais são da iniciativa
privada.
A maior parte dos gastos foi feita para o transporte e
aeroportos. Somadas, as obras de vias e transporte público e dos aeroportos dá
60,1% dos investimentos. São 33,6% (ou 8,6 bilhões de reais) com transporte
terrestre e 26,5% (6,8 bilhões de reais) com o transporte aéreo. Os portos
ainda somaram 2,6% do total dos investimentos, enquanto a infraestrutura das
telecomunicações receberam 1,4% dos investimentos. Estes foram os gastos que
ficarão como legado após o torneio.
O segundo maior gasto foi com os estádios. 27,7% dos 25,6
milhões de reais foram investidos nas reformas e construção dos 12 estádios do
Mundial, totalizando 7,09 bilhões de reais. Outros 7,3% foram utilizados para
segurança pública, enquanto o turismo recebeu 0,8%.
A saúde pública não foi contemplada com nenhum quinhão desse bolo, afinal, jogadores, dirigentes não iriam precisar de hospitais públicos e prontos socorros.
A situação da saúde pública no Brasil vai de mal a pior. Não bastasse a falta de médicos, de medicamentos e de hospitais, agora a situação das ruas se complica. O atendimento às ocorrências, principalmente as de trânsito estão ficando cada vez mais escassos, e o motivo é: falta de macas. Isso mesmo, falta de macas. Até o SAMU (Serviço de Assistência Médica de Urgência) que existe pra socorrer o povo em acidentes urbanos já está tendo essa função prejudicada, já que, ao prestar socorro, leva a vítima para os pronto socorros e, ao chegar lá as macas ficam presas dentro dessas unidades exatamente por que não existem macas suficientes, os corredores já estão lotados e as macas do SAMU ficam retidas. Certamente uma maca custa bem menos que uma torneira dos vestiários nesses estádios.
A situação da saúde pública no Brasil vai de mal a pior. Não bastasse a falta de médicos, de medicamentos e de hospitais, agora a situação das ruas se complica. O atendimento às ocorrências, principalmente as de trânsito estão ficando cada vez mais escassos, e o motivo é: falta de macas. Isso mesmo, falta de macas. Até o SAMU (Serviço de Assistência Médica de Urgência) que existe pra socorrer o povo em acidentes urbanos já está tendo essa função prejudicada, já que, ao prestar socorro, leva a vítima para os pronto socorros e, ao chegar lá as macas ficam presas dentro dessas unidades exatamente por que não existem macas suficientes, os corredores já estão lotados e as macas do SAMU ficam retidas. Certamente uma maca custa bem menos que uma torneira dos vestiários nesses estádios.
Sem dúvida, ao contrário dos que apostavam contra, a Copa foi um sucesso, e saiu melhor que encomenda, mas esse sucesso acabou encortinando a cara de um Brasil com graves problemas sociais e muitas mazelas. Enquanto investiu-se altas cifras nos vestiários das arenas esportivas, nos hospitais públicos faltam médicos, medicamentos, materiais cirúrgicos e até macas, e esse é o Brasil real.
o suntuoso vestiário da arena Beira Rio. Um luxo só |
Não concordei com os que se levantaram, ainda que de forma
tardia, contra a realização da Copa no Brasil, e concordo, em gênero, número e
grau com a incontestável verdade de que realizamos uma das maiores e melhores
Copas até agora, mas isso não me tira o senso crítico de ver que por trás de
tudo isso existe um outro Brasil para o qual o próprio governo e seus
dirigentes vaidosos fecharam os olhos fazendo do ôba-ôba do sucesso uma grande cortina
de fumaça que encobriu durante o evento as mazelas de um País emergente do
ponto de vista econômico, e completamente reprovável do ponto de vista político.
É assim que estou vendo as coisas e, evidentemente muitas pessoas não pensam assim. Então que se manifestem, usem seus melhores argumentos.
Até outra.
CONTATO
paulochancey@gmail.com
É assim que estou vendo as coisas e, evidentemente muitas pessoas não pensam assim. Então que se manifestem, usem seus melhores argumentos.
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